segunda-feira, 18 de março de 2013

Cartórios do Piauí "sugam" riqueza da população para benefício de algumas famílias privilegiadas

Discute-se no momento a permanência de uma das práticas mais identificadas com os tempos de Brasil colônia: a transferência de poder familiar na condução dos cartórios do Estado do Piauí, um privilégio que, clãs beneficiados à parte, mostra a face maléfica do atraso, da indiferença e do desrespeito a perspectiva de ascensão social que todo filho desta terra deve carregar consigo.

O espírito democrático não pode aceitar jamais que permaneçam nas mãos de grupos familiares ungidos ainda ao tempo das capitanias hereditárias o controle de repartições como essas que são emblemáticas no estabelecimento de um clima que leva a maioria dos cidadãos comuns a pensar que se vive num lugar onde ainda existam donatários.

Comparada com o sudeste e o sul, a situação de alguns estados do nordeste é tão atrasada quanto era Portugal em relação à Inglaterra em 1808 quando a família real, enxotada por Napoleão Bonaparte, teve de se refugiar no Brasil, a sua principal colônia e de cujas entranhas extraia o sustento para manter uma corte decadente e preguiçosa.

Os cartórios de hoje no Nordeste, principalmente no Piauí, estão para a população assim como a corte refugiada de Portugal estava para o Brasil, sugando tudo que era de riqueza da população para engordar famílias privilegiadas e seus apaniguados trazidos em navios mal construídos pela incompetência da esquadra portuguesa.

Os cartórios, tal como funcionam em seu sistema de administração, passando de parente para parente, agridem princípios de igualdade, o bom senso e surgem no imaginário popular como um castelo onde só os nobres têm direito ao acesso. Esse modelo não combina como "os tempos há muito tempo", como diria um governador que concluiu o mandato recentemente.

FONTE: GP1

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