sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Seca reduz em 90% água da maior lagoa do Piauí

Fruto do amor incondicional de Miridan, a mais bela jovem da tribo dos Acoroás, que habitava as margens do rio Paraim, no sudoeste do Piauí – como conta a lenda –, a lagoa de Parnaguá, suspira de sede. Considerada a maior lagoa do estado e terceira maior do país, seus 98 km² de superfície estão desaparecendo gradualmente por conta da seca que se prolonga no semiárido. 
O assoreamento do rio que abastecia o lugar, junto ao desmatamento, também tem forte impacto para a perda de 90% da capacidade que a lagoa tem sofrido. 
A prefeita da cidade garante que a Lagoa de Paranaguá está com apenas 10% de sua capacidade e lamenta ver apenas lama no lugar do mar de água que deu origem ao nome da cidade. “Foram vários motivos que ocasionaram a diminuição da capacidade. O assoreamento do rio que abastecia ela foi aumentando até que ele deixou de fazer isso. Hoje ela é abastecida só pela chuva, que não tem sido muita na região há vários anos. Há apenas dez por cento da capacidade”, afirma Anna Cecília Silveira (PSD). 
Sempre abastecida pela água abundante da lagoa, a cidade de Parnaguá agora sofre com a falta do líquido nas torneiras. “A lagoa sempre foi usada para o abastecimento da cidade. Hoje os oito mil habitantes do centro da cidade estão sem água. Se abastecem com os poços cacimbão, mas muitos secaram. Temos hoje quatro carros pipas na cidade, mas não dá para atender. Buscamos água na cidade de Curimatá, em uma viagem de 120 quilômetros. Por ser longe, não dá para fazer mais de três viagens por dia. Além disso, como a cidade abastece várias outras, enfrentamos filas na hora de abastecer a pipa”, coloca a prefeita. 
Outro município que está com sua população afetada pelo problema é Avelino Lopes. "Estou aqui pedindo socorro a todos. A água não tem a mínima condição de consumo", destaca o prefeito da cidade Dióstenes José Alves.  
De acordo com Anna Cecília, nunca houve preocupação dos governos federais e estaduais com relação à situação da lagoa. “A população nunca cuidou do lugar. A parte ambiental do governo do Estado e do governo federal também nunca deram incentivo”, completa. 
Enquanto isso a população sofre a sede de ver um dos seus mais belos cartões postais evaporar sob o sol escaldante da seca piauiense. “Estamos com um mês sem água na zona urbana do município de Parnaguá, pois a Agespisa captava água da lagoa que secou quase por completo. Agora a prefeitura busca água duas vezes por dia na cidade de Curimatá para fornecer à população”, destaca a prefeita Anna Cecília, que esteve em Brasília em busca de recursos da Secretaria Nacional de Defesa Civil para amenizar a situação.
Repórter: Francicleiton Cardoso (Jornal O Dia)

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