Sul do PI: Revista nacional traz denúncia sobre gestão ambiental no estado

Governo do Estado do Piauí agora é acusado pela revista 'Terra da Gente' de incentivar degradação

Revista faz denúncia ao governo do Estado

Extremamente afetado pela seca que vem dificultando a vida do sertanejo e dizimando grande parte do seu rebanho, desencadeando uma forte pressão por diversos setores da sociedade, o Governo do Estado do Piauí agora é acusado pela revista 'Terra da Gente', de circulação nacional, de também incentivar a degradação ambiental e destruir seu maior patrimônio natural, a Serra Vermelha.

Com 9 anos no mercado e considerada a principal publicação na área de meio ambiente do Brasil, a revista Terra da Gente, chega às bancas de todo o país com sua edição de novembro com a seguinte manchete: "A riqueza que o Piauí destrói". Assinada pelo jornalista Sérgio Adeodato, que além de publicar matérias especiais na revista é colaborador do caderno 'Negócios Sustentáveis' do jornal 'Valor Econômico' e ganhador de vários prêmios de jornalismo, a reportagem mostra como o governo do Piauí e políticos combatem restrições ambientais dando grandes lucros para os grileiros, pecuaristas e produtores de carvão.

Já no editorial da publicação, o jornalista Valdemar Sibinelli diz: "Por aqui, uma grande área no sul do Piauí não teve no passado, a má sorte da devastação. Tanto que os grotões rochosos abrigam as chamadas florestas relictuais, que se conservam originais, desde os tempos mais remotos, com uma fauna peculiar ainda não devidamente pesquisada. O problema aqui é o presente. Na contramão dos esforços globais, o privilegiado ponto de encontro de três biomas - Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga - está entregue à grilagem, ao avanço da pecuária e às carvoarias. O pior, acreditem, com o aval do governo e dos políticos do estado, que lutaram contra a criação de um parque nacional para proteger a Serra Vermelha".

E ele continua: "Antecipo aqui as palavras de Sérgio Adeodato, autor da reportagem: 'No Piauí, ter floresta é sinônimo de atraso e não de riqueza estratégica para o futuro em um Planeta que luta contra o aquecimento global'. Quase finalizando o editorial Valdemar Sibinelli, faz as seguintes indagações: "Que futuro terá o pobre Piauí? Que futuro tem um país onde governantes e políticos lutam contra leis de proteção ambiental e transformam floresta em carvão?" e arremata: "A indignação fica por conta do grau de conscientização de cada leitor".

As denúncias continuam na matéria que destaca que todo mês dez mil toneladas de carvão saem da floresta da região da Serra Vermelha, englobando os municípios de Morro Cabeça no Tempo, Curimatá, Redenção do Gurguéia e Bom Jesus. Para o procurador da República em Teresina, Tranvanvan Feitosa, calcula-se que os fornos clandestinos dobrem este número. "A destruição só terá um fim quando acabar o comércio ilegal do carvão", diz.

Para fazer a matéria que vem ganhando uma forte repercussão nacional, o repórter Sérgio Adeodato fez entrevistas com os seguintes personagens: cientista Hussam Zaher (MZUSP), botânico Alberto Jorge (UFPI), pesquisador Celso Monteiro Filho (coordenador de recursos naturais do IBGE), engenheira florestal Luciana Temponi (IBGE), geógrafo Marcos Rosa (ArcPlan), ambientalista Márcia Hirota (SOS Mata Atlântica), procuradores Tranvanvan Feitosa e Antônio Marcos Martins (PGR), ornitólogo Marcos Pérsio (UFPA), entre outros.

fonte:180 graus

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