terça-feira, 28 de junho de 2011

A farsa do Gurguéia, por João Paulo

Depois de muito acompanhar o debate sobre a proposta de divisão do Estado do Piauí para a criação do Estado do Gurguéia, resolvi opinar sobre esse assunto que vem ocupando grande espaço no Parlamento, na mídia estadual e nacional, alem do meio acadêmico.
Recentemente, no Congresso Nacional o tema tem ganhado uma importância maior, devido à aprovação de um plebiscito para criação de dois novos Estados desmembrados do Pará: os estados de Tapajós e Carajás. Obviamente, parte da bancada federal do Piauí defensora da criação do Estado do Gurguéia e representante de uma elite arcaica com bases políticas no sul, aproveitou desse pretexto e trouxe novamente o tema ao centro das discussões no nosso estado, gerando uma disputa política ferrenha e apaixonada, reproduzida na Assembléia Legislativa do Estado do Piauí.
O que desejo expor, é que passa a acontecer uma disputa entre quem é contra e quem é a favor da criação do novo Estado. O principal argumento dos defensores dessa proposta é que devemos dividir para desenvolver. Porem, o essencial e o fundamental sobre a questão ficam excluídos do debate. É preciso dividir para desenvolver? Por que não usar esses bilhões de reais para melhorar o que já tem? Qual o interesse dos poucos parlamentares que insistem nessa idéia? Esse assunto é prioridade para o povo? São questionamentos que tento compreender ao longo desse texto.
Percebo que a população piauiense pouco se importa ou tem interesse em debater a necessidade (se é que ela existe) de criar um novo Estado, e quando vem a refletir sobre o assunto é de forma pontual mais regulado pela “opinião” da imprensa, que vez ou outra tenta envolver a população em uma polêmica relacionada a esse assunto. Desconheço na historia do Piauí, a existência de algum movimento separatista baseado numa argumentação cultural que envolva questões de identidade, referentes à população do Sul. Muito pelo contrário, o povo que ocupa nosso território se distingue unicamente como piauiense, essa sim, é uma identidade edificada ao longo de séculos. Minha opinião é a de que querem criar uma identidade forçada e superficial de cidadãos Gurgueienses.
Este assunto deve ser estudado do todo para as partes, sob a perspectiva de viabilidade para o Brasil. De maneira que a criação de um novo Estado não é algo que o povo piauiense vai decidir. Ele pode ser consultado (e será consultado) caso seja aprovado um plebiscito, mas é o Congresso Nacional, que representa o povo brasileiro, que irá deliberar sobre a matéria, em ultima análise, pois esse assunto envolve questões federativas, sendo assim, de suma importância para toda a nação. É do interesse da nação rediscutir o pacto federativo? Novos estados irão apenas gerar despesas para o País. Todos já irão nascer pobres e mais endividados, aumentando ainda mais a pobreza do povo e a falta de políticas fundamentais para o desenvolvimento regional.
Creio que no lugar de discutir a viabilidade de novos estados deveríamos incentivar a criação de novos municípios, pois o custo para o País seria bem menor e os benefícios para o povo são bem maiores. Afinal de contas quem está mais próximo e compreende melhor a realidade do povo são os vereadores nas Câmaras Municipais e os prefeitos nas prefeituras. Tendo ainda a possibilidade de criação dos consórcios municipais que contribuem bastante para o desenvolvimento regional.
Entendo que esse debate por parte dos políticos através da mídia não passa de uma discussão sem sentido e desnecessária, que na essência, tem fundo eleitoreiro e econômico. Pura demagogia de alguns dos nossos representantes. O povo está preocupado é com ações rápidas, reais, próximas a sua realidade e que são fundamentais para o desenvolvimento do Piauí, como emprego, saúde, educação, alimentação, infraestrutura, inclusão social, entre outros. Priorizando isso teremos um Piauí bem melhor e mais justo.
João Paulo F. Lélis - Sociólogo
 fonte;.acessepiaui

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