terça-feira, 14 de junho de 2011

MINISTRA pede que PF investigue grilagem de terras no PI

NA ÁREA DA SERRA VERMELHA: Izabella Teixeira assina moção do Conama pedindo atenção

Numa ação ousada, considerada de extrema importância pelos pesquisadores e ambientalistas, a ministra do Meio Ambiente e presidente do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), Isabella Texeira, assinou moção solicitando a intensificação das ações federais de proteção para Serra Vermelha, localizada no sul do Piauí, entre os municípios de Bom Jesus, Curimatá, Morro Cabeça no Tempo, Parnaguá e Redenção do Gurguéia (todos distantes cerca de 700 km de Teresina).
A área de floresta tropical, cerrado e caatinga da região da Serra Vermelha é considerada uma das regiões com maior biodiversidade do Nordeste, segundo pesquisas do Museu de Zoologia da USP, coordenadas pelo cientista Hussam Zaher. Em 2006 o próprio Ministério do Meio Ambiente tinha aprovado um projeto que iria desmatar cerca de 78 mil hectares da floresta nativa para produção de carvão vegetal visando abastecer as industrias siderúrgicas do Brasil e do exterior.
O projeto chamava-se Energia Verde e foi paralisado definitivamente pela Justiça Federal, além de sofrer fiscalização do Ministério do Trabalho que descobriu uma série de irregularidades no empreendimento. Desde então, o grupo responsável pela área, a JB Carbon S/A, pensa em implantar no local uma termoelétrica movida a lenha nativa para abastecer a região de Bom Jesus, o que segundo os ambientalistas, causaria os mesmos danos a floresta da região, além de contribuir para o efeito estufa com a emissão de fumaça na atmosfera.
Pelo documento publicado no Diário Oficial da União no dia 05 de maio de 2011, a presidente do Conama e ministra do Meio Ambiente acatou a solicitação do professor e biólogo Francisco Soares, da Fundação Rio Parnaíba, e determinou que a Polícia Federal, Ibama e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade realize investigações e operações de fiscalização da área no sul do Piauí. O texto, de certa forma, comprova que o Estado do Piauí não tem feito sua parte na proteção da região.

Segundo o ambientalista e professor Francisco Soares, que é o único piauiense com cadeira no Conama, a medida vai contra as ações da Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Piauí,através do secretário Dalton Macambira, que "não respeita a lei da Mata Atlântica e continua licenciando projetos de carvoarias na região, inclusive dentro da Área de Proteção ambiental do Rangel, uma APA estadual nas imediações da Serra Vermelha", garantiu. Para ele, seria de extrema importância que o governador Wilson Martins (PSB), fizesse a substituição imediata do secretário. "Pelo menos até que tudo seja investigado. Se ao final ficar provado que Dalton Macambira é inocente, ele volta ao cargo", sugere o ambientalista.
O Ministério Público Federal do Piauí, através do procurador Tranvanvan Feitosa, também já tinha se reunido com a Polícia Federal alguns dias atrás para determinar fiscalizações e operações policiais na Serra Vermelha, visando combater a produção ilegal de carvão, o trabalho escravo, a grilagem de terras, ameaças aos pequenos proprietários e até a morte de ambientalistas.
JORNALISTA TERIA SIDO VÍTIMA DE CARVOEIROS
Existe uma forte suspeita de que a ambientalista e diretora da APA do Rangel, professora Raquel Fernandes, morta num acidente automobilístico alguns meses atrás, possa ter sido vitima de um grupo de carvoeiros que foram denunciados no Jornal da Globo em matéria do jornalista José Raimundo. Na época da produção da matéria, Raquel Fernandes foi a guia da equipe de reportagem e, segundo comentários na cidade de Curimatá, ela ficou marcada pelos empresários do ramo da carvoaria. Segundo informações não confirmadas, sua mãe chegou a prestar queixa na delegacia local, mais o caso não teve andamento desde então.(grifos vermelhos do blog)
Para a Rede Ambiental do Piauí (Reapi), instituição que reúne uma série de organismos não governamentais do Piauí, grande parte deles ligados a defesa do Meio Ambiente, essa medida pode, de certa forma, trazer a tranquilidade para a região. "Fizemos uma série de denúncias Brasil afora e chegou a hora da Justiça brasileira tomar uma posição em relação aos muitos crimes que estão acontecendo nessa área do Piauí, todo, diga-se, sem o menor controle por parte das autoridades estaduais", afirmou a jornalista Tânia Martins, coordenadora da
instituição.
com informações do 180 graus

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